sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O quintal onde a gente brincou e ... ainda pode brincar!

O quintal onde a gente brincou e ... ainda pode brincar!

 

Uma delicada visita às memórias da infância, foi o convite feito na manhã de terça-feira, 20 de setembro às equipes de formadores e gestores do NRE-PN. Nos encontramos num lugar diferente, nos organizamos de maneira especial e nos entregamos de maneira única aos nossos lugares de infância. 

Não podemos oferecer aquilo que não temos. Então, fomos acordar lá no interior do nosso ser a criança adormecida. Um exercício constante e importante para a humanidade, mas sobretudo, aos que escolheram atuar na educação infantil. 

E não fizemos isso sozinhos, compomos um coletivo e caminhamos junto com tantos autores, profissionais, pessoas engajadas nessa busca de compreender melhor a relação histórica e contemporânea que temos com a natureza. O foco formativo de 2015 - 2016 "Eu, o outro e o entorno: explorações da natureza e cultura", juntamente com os Princípios da Educação Infantil da RME, nos permitiu aprofundar estudos. Bebemos em fontes preciosas que fortalecem saberes para escrevermos a nossa história com as crianças na educação de Curitiba.

 







 É comum nos percebermos à parte da natureza, esquecendo-nos que somos ela própria, que somos seres orgânicos e está em nós essa integralidade.

"A paisagem de fora é a mesma da paisagem de dentro" 
(Cecília Herzog)

Diante dessas considerações, realizamos os encontros de formação do mês de setembro, mantendo a marca de ação - reflexão - ação, apoiada na sensibilização do adulto, exercitando a sensibilidade do olhar para as interações, a escuta e ampliando as possibilidades para a experiência no cotidiano dos CMEIs.



No primeiro dia, iniciamos com a seguinte organização, a qual adentrou também o segundo dia, sendo neste segundo complementada pela análise das imagens registradas pelas pedagogas no encontro anterior no entorno da Rua da Cidadania PN, que expressavam a natureza aos olhos de cada um.





Gratidão à dedicação no preparo do momento cultural nesses dois dias, que veio somar à riqueza do todo. Professora Jennifer Karolina Maciel do CMEI Xapinhal Pirineus e Pedagoga Fabiana do CMEI Vila Fanny.


O dia do Ler também foi contemplado com a leitura das p.31-32 do livro A ÚLTIMA CRIANÇA NA NATUREZA de Richard Louv, com a narrativa saborosa da sua infância: [...]"Era assustador e maravilhoso se render ao poder do vento".
E como acompanhamento, um ventinho todo especial!
                            Vento na infância do Richard, vento na infância das crianças do Uberlândia...
                            Contemplação, encantamento, descoberta, tempo, vida vivida!
                           
CMEI Uberlândia

 



E lá fomos nós, na parceria que se reafirma a cada dia, ancorada em questionamentos que nos movimentam a pensar, criar, observar, lançar-se, experienciar, contestar, dialogar, testar, compreender, conhecer, escolher, planejar, replanejar, sentir, ser...  

Inspirados pelo livro de Renata Meirelles "Cozinhando no Quintal" e principalmente, pelas crianças do CMEI Vila Formosa num momento de integração, o desafio foi lançado.

Destacando que a INTEGRAÇÃO é um espaço institucionalmente assegurado como projeto que permite a criança manifestar-se em sua integralidade. Nesta proposta, ela é realmente concebida como potente, capaz de fazer suas escolhas, brincar num tempo efetivo de interações entre crianças com diferentes idades, com frequência diária em propostas diversificadas e convidativas para expressar, criar e recriar a cultura, convivendo com protagonismo e pertencimento nos ambientes do CMEI.


















E todos puderam interagir na natureza, sendo natureza, com elementos, ambiente, pares, acionando memórias e repertório de saberes, transformando, escutando reciprocamente, apreciando, demonstrando-se sensível às ideias dos outros, percebendo que aprender junto é prazeroso para o grupo e, que o grupo se torna um lugar de aprendizagem.



 E como afirmou Ghandy e relembrou a pedagoga Luciene durante as discussões: a natureza  potencializa a inventividade do ser humano, como se fosse o 5o. elemento. Foi lindo de ver as criações originadas no repertório individual, encontrando sentido ao perceber e respeitar as ideias do outro, numa sintonia de troca de saberes e ampliação do conhecimento. 
Num tempo regado à alegria de conviver, tecemos este momento da formação.
Alegria esta, que igualmente desejamos para o dia a dia da infância nas instituições.

Nesta manhã de 21.09, agradecemos a presença da gerente Vera Dal Molin, nos trazendo suas considerações e contribuições ao participar da formação com o PN.

Após aceitar o convite e interagir com a proposta, inventando e reinventando diante das possibilidades encontradas, expressando-se de diferentes maneiras e imprimindo suas marcas, as reflexões seguiram no dia seguinte com a exibição e análise do vídeo de Maria Amélia Pinho Pereira - PEO - no Seminário Criança e Natureza com a proposta:



O bate-papo formador aconteceu com consistência, elegendo ainda mais palavras em destaque _ PERMEABILIDADE sugerida pela pedagoga Rosana_  com espaço real para pensar as crianças na unidade, relacionando às escolhas de continuidade que virão. 

Ao conversar sobre as imagens fotografadas no encontro anterior, muitas revelações, pessoais, profissionais, artísticas, estéticas, com relação ao sensível e ampliando significativamente o olhar para o que antes não se via da mesma forma que se vê hoje.

 



E a continuidade do convite destes dois dias se estendeu ao próximo encontro que será em outubro, com a proposta de retomada do conceito de Estética das Diretrizes Curriculares. Pensar essa questão e levantar considerações sobre tal entendimento vinculando ao cotidiano do CMEI.

Lembrando que, temos nos afirmado como seres da cultura. Da mesma forma, precisamos assegurar que somos tanto quanto, seres da natureza.

"A vida de cada criança, assim como a vida do coletivo social, acontecem num universo maior, o cosmos, a Natureza. Os seres humanos partilham a existência com inúmeras outras espécies, sem as quais a vida no planeta não pode existir. Os seres humanos são parte da natureza, são fruto de autopoiese". (Maturana e Varela, 2002)




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Interações e brincadeiras na escola


      Nosso encontro de formação foi recheado por reflexões importantíssimas, retomando o eixo norteador de trabalho da Educação Infantil: Interações e Brincadeiras  e o quanto a formação em Ambientes de Aprendizagens vem  enfatizando o  direito a uma infância feliz  no cotidiano  das nossas unidades, assegurando as manifestações infantis nas diversas linguagens,  curiosidades, desejos processos criadores e a participação em diversas experiências.
         Com os objetivos de refletir a importância dos contextos que apoiam os enredos do brincar e repertoriar possibilidades do brincar no viés do jogo simbólico, assistimos trechos da videoconferência - Diálogos com escolas do instituto Alana http://territoriodobrincar.com.br, juntamente com o texto: Para planejar bem o brincar – Avisa Lá , refletindo  as condições para experiência e para o planejamento, tendo a  observação  como “participação infantil” e as crianças entendidas como atores sociais e protagonistas de seu cotidiano.

      


 


















          Em um segundo momento, as profissionais foram convidadas a relatarem  como era a brincadeira de casinha da sua infância,  realizando um comparativo com os registros do momentos de canto da casinha que acontecem nas unidades. Desta forma, foi possível perceber o quanto podemos proporcionar elementos, tempos e espaços para  enriquecer os contextos e os enredos garantindo maior liberdade para as interações com o ambiente .





            .


















Com analise de bom modelo com os Vídeos  CMEI Vila Ipiranga –Café com Cantos e E.M São Mateus CADs  externos  junto com outras imagens de unidades da Rede, a equipe de profissionais foi desafiada a pontecializar  estes momentos a partir da escuta das crianças, pois... “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral; e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”  
                                                                                                                                       (WINNICOTT, 1975,p.80)